Sunday, July 01, 2007

o teu retrato




O cabelo é uma onda feita em espuma
Na areia da praia da Vieira de Leiria
A fronte é uma eira dentro da bruma
Entre a Senhora do Monte e a Abadia

Os olhos são candeias sempre acesas
Nas casas onde a nossa vida recomeça
São poemas colocados sobre as mesas
Um teatro que em cada dia é uma peça

A tua boca tem o calor de uma lareira
Com brasas que não morrem noite fora
Um fogo a arder sem queimar madeira
Uma luz que se prolonga e se demora

A tua voz é alta, pode ir até ao infinito
Com palavras que não ficam sozinhas
O meu poema é um espaço tão restrito
Abrevia o teu retrato em poucas linhas


José do Carmo Francisco

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Obrigado Marina pela oportunidade de ser lido neste Blog. Ninguém escreve para a gaveta. Bem haja!

1/25/2008 11:57 AM  

Post a Comment

<< Home