o teu retrato
O cabelo é uma onda feita em espuma
Na areia da praia da Vieira de Leiria
A fronte é uma eira dentro da bruma
Entre a Senhora do Monte e a Abadia
Os olhos são candeias sempre acesas
Nas casas onde a nossa vida recomeça
São poemas colocados sobre as mesas
Um teatro que em cada dia é uma peça
A tua boca tem o calor de uma lareira
Com brasas que não morrem noite fora
Um fogo a arder sem queimar madeira
Uma luz que se prolonga e se demora
A tua voz é alta, pode ir até ao infinito
Com palavras que não ficam sozinhas
O meu poema é um espaço tão restrito
Abrevia o teu retrato em poucas linhas
José do Carmo Francisco
1 Comments:
Obrigado Marina pela oportunidade de ser lido neste Blog. Ninguém escreve para a gaveta. Bem haja!
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